Casca-carne (2018)
Casca-carne
O tudo e o nada são impermanentes
O mundo gira, o rio flui, as estações mudam
Seguindo o mesmo fluxo natural,
também o nosso corpo muda
Mudam-se os movimentos,
a maneira de se ser e de se portar no mundo
As dores e os sabores,
A rigidez da casca-carne,
Os arrepios e as sensações;
Tudo é impertinentemente impermanente
E assim, no fluir do corpo-alma através da vaga dança cósmica que rege esse Universo ainda mudam-se os passos, o ritmo, os timbres e as harmonias;
Além dos temores, dos tremores primários e os batimentos do corações
Tudo em perfeita sintonia com a entropia soberana,
Alinhando-se sorrateiramente com o novo, que a cada segundo se esvai
E que, a essa hora, já se foi.
Fotoperformance realizada em 2018.
Bárbara de Moira
Ex-futura bióloga que não aguentou o não ser artista. Experimenta o fazer artístico através da fotografia, da performance, do bordado e da instalação; tensionando questões de gênero, afetividades e violência.